Desde movimentos para incentivar mais pessoas a poupar para a aposentadoria até ao desafio que o Brexit representa para aqueles que buscam obter uma renda com os seus investimentos, Moneywise fala para um painel de especialistas para descobrir o que 2020 tem reservado para as pensões.

Contribuições previdenciárias no local de trabalho aumentando – de novo

A partir de abril de 2020, o montante do valor que as pessoas pagam nas pensões no local de trabalho aumentará à medida que as contribuições mínimas dos funcionários forem aumentadas de 3% para 5% de acordo com as regras inscrição automática. Os empregadores também verão as suas contribuições subirem de 2% para 3%.

Isto ocorre após os aumentos dos empregados em abril de 2019 de 1% para o nível atual de 3% e de 1% para 2% para os empregadores.

Embora todos os funcionários elegíveis sejam inscritos automaticamente no seu regime de trabalho, eles podem sair desse esquema, se assim o desejarem. Isto quer dizer que há sempre a preocupação de que se as contribuições dos funcionários aumentarem demasiado, as taxas de saída aumentarão.

Tom Selby, Analista Sênior da AJ Bell, diz: “Para ter uma perspectiva, alguém que ganhe cerca de 150.552 R$ e paga o mínimo de inscrição automática verá a sua contribuição pessoal aumentar de cerca de 2.788 R$ este ano para mais de 4.740 R$ em 2019/20.

“Enquanto para a maior parte das pessoas isso ainda não seja suficiente para desfrutar duma aposentadoria confortável, agora estamos chegando à fase em que algumas pessoas poupadas relutantes podem começar sentindo a pressão. O aumento dos salários médios durante 2018 deveria ajudar a aliviar a pressão, mas qualquer pessoa que não tenha um aumento salarial pode muito bem ser tentada a priorizar os gastos hoje em vez de economizar para amanhã.

Ele acrescenta: “Quem está pensando em desistir da sua pensão no local de trabalho precisa entender que vai perder a isenção fiscal e a sua contribuição patronal, que juntos são o dobro do montante que eles investiram. Por outras palavras, optar por desistir da sua pensão é semelhante a efetuar um corte voluntário de salário – portanto, ninguém deve fazer isso de ânimo leve!”

No entanto, o Sr. Webb está confiante de que o regime continuará a alcançar o seu objetivo de aumentar a poupança da previdência privada das pessoas.

“Se os ventos forem favoráveis, isto deverá correr bem”, afirma ele. “Uma nova pesquisa do DWP mostrou que o aumento das contribuições em abril de 2018 praticamente não teve impacto nas taxas de desistência das pensões. Os pacotes salariais também receberão um aumento em abril de 2019 pelo aumento dos subsídios pessoais isentos de impostos, o que também deve aliviar a pressão do aumento da contribuição. A menos que haja muita turbulência devido ao Brexit em abril de 2019, o aumento da contribuição deve passar despercebido.”

Mais apoio aos trabalhadores autônomos?

O governo e a indústria em geral há muito vêm procurando formas de incentivar os trabalhadores autônomos – que não têm o luxo de ter uma pensão no local de trabalho – a economizar para a aposentadoria.

De acordo com os últimos dados do ONS, somente 37% dos trabalhadores autônomos entre 40 e 60 anos têm uma pensão, contra 79% dos que estão empregados.

No final de 2018, o governo anunciou uma série de testes pilotos para aumentar a conscientização das pensões entre a comunidade autônoma.

O Sr. Long diz: “Se você é um trabalhador autônomo ou tem o seu próprio negócio, você pode esperar ser estimulado, persuadido e coagido a se aposentar em 2019, à medida que o governo testa um programa de avisos concebido para aumentar o número de trabalhadores autônomos que estão economizando para a aposentadoria.”

Ele acrescenta: “É claro que você não necessita esperar por isso, a isenção fiscal sobre as contribuições faz das pensões uma das melhores formas de economizar a longo prazo e com pensões disponíveis a partir de somente 20 £ (112 R$) por mês e com a capacidade de parar e começar contribuições quando desejar, a falta flexibilidade não deve constituir nenhum problema.

Painel de Pensões

Em 2019 também deverá acontecer o lançamento do tão esperado painel de pensões.

Steven Cameron, Diretor de Pensões da Aegon, diz: “À medida que avançamos até 2019, veremos o início dos painéis de pensão tornando-se disponíveis, permitindo que as pessoas obtenham informações acerca de todas as suas pensões, incluindo a sua pensão estatal num só lugar, on-line. Inicialmente, pode haver algumas lacunas, mas com o tempo, estas devem ser uma grande ajuda para as pessoas manterem-se a par de múltiplas pensões, facilitando o trabalho se estiverem no caminho certo para ter a aposentadoria que esperam.”

O Sr. Long acrescenta: “Também veremos a chegada de declarações anuais mais simples e o novo órgão de orientação financeira única, que visa facilitar às pessoas a obtenção do controle da sua própria aposentadoria.”

“2019 parece ser o ano mais fácil para você assumir o controle do planejamento da sua própria aposentadoria.”

Aumento da pensão estatal

A pensão estatal aumentará cerca de 24 R$ por semana ou 1.227 R$ por ano a partir de abril.

A pensão total do Estado valerá 940 R$ por semana, ou 48.886 R$ depois de subir para 916 R$ por semana – acima da taxa de inflação.

Proibição das chamadas não solicitadas

As fraudes nas pensões têm aumentado desde a introdução da liberdade previdenciária em abril de 2015, com a Autoridade de Conduta Financeira (FCA) relatando que, em 2017, as vítimas perderam em média 507.415 R$ de poupanças ganhas arduamente.

Após muita conversa e pouca ação, parece que a proibição de chamadas não solicitadas do governo, que impediria os golpistas no Reino Unido de efetuar chamadas indesejadas às pessoas com poupanças, finalmente verá a luz do dia em 9 de janeiro.

O Sr. Cameron diz: “A chegada de ajuda a reduzir o risco de as pessoas serem enganadas e perderem aquilo que pouparam para a sua pensão não chegou suficientemente cedo. Por esse motivo, estamos antecipando que as leis sejam aprovadas no início do Ano Novo para proibir as ‘chamadas não solicitadas’ relativamente às pensões.”

Mudanças na isenção fiscal

O nível de isenção fiscal oferecido às pessoas com poupanças para pensões tornou-se num ponto cada vez mais controverso nos últimos anos. George Osborne consultou amplamente acerca o assunto durante o seu mandato como Chanceler, mas a sua decisão de não agir, continua a ser uma espécie de batata quente política.

O Sr. Webb diz: “É provável que em 2019 haja um novo escrutínio do custo da isenção fiscal de pensão. No outono de 2018, o Chanceler disse que o custo da isenção fiscal era ‘extremamente caro’ e é difícil pensar que os limites anuais das contribuições previdenciárias não serão reduzidos num Orçamento para breve.

Isso envolveria especificamente a redução do nível de isenção fiscal oferecido aos mais ricos, mas o Sr. Cameron espera que as regras também sejam alteradas para quem ganha menos.

“Estamos vendo um número crescente de pessoas cujos ganhos estão abaixo do limite do imposto de renda sendo automaticamente inscritos em regimes de pensão. Membros de algumas pensões no local de trabalho que usam a abordagem do “salário líquido” não estão recebendo a isenção fiscal das pensões a que têm direito e esperamos que o governo analise a alteração as regras para garantir que todos tenham o direito total”, menciona ele.